A vida é assim linda porque tem, sim, um sentido. Nina Simone e o cuidado que o meu namorado tem comigo são a prova disso. A barraca de peixe na feira e o pôr-do-Sol também. Blues, em geral. Piano (piano, ainda me aproximo de você). O Sol. Nascendo ou se pondo, escondido atrás das nuvens, aqui ou no Japão. A cor verde-esmeralda (que eu descobri que carrega saúde). Philippe Petit e suas travessias ensandecidas e absurdamente lúcidas e sublimes, desconcertantes.
Fracassei. Na última postagem, eu falava da venda do carro e do mergulho na bicicleta. Não consegui vender o carro, não tive coragem de encarar o trânsito de bicicleta. Fracassei, como em outras coisas na vida. O carro continua lá, contra a minha vontade, e também não tive força de vontade pra insistir, procurar uma revendedora, colar um "vende-se" no vidro traseiro. Acabei usando umas vezes mais, por conveniência, ou simplesmente pra justificar o fato de mantê-lo na garagem, ou pra não deixá-lo morrer de vez. E o resto fiz a pé, de ônibus ou de carona. Resumindo: o discurso não deu na prática. O grande problema não é o fracasso em si, mas como a gente lida com ele. Lá no fundo, fico muito incomodada em manter o carro na garagem. Tomar uma decisão e não conseguir cumpri-la gera um sentimento de frustração constante, que lateja. Vale pra tudo. E nos últimos meses, tudo tem sido bastante coisa. Tempos de crises. No plural mesmo. Crises globais - a econômica, a polític...