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Mostrando postagens de março, 2010

Aos que não são

Tem sido tedioso escutar as lamúrias de alguns insatisfeitos. Queria - e muito - vê-los todos felizes, ou ao menos capazes de rir da própria desgraça, o que tem sido apontado como antídoto pra muita ameaça de depressão. Não se trata de puro altruísmo, talvez até o contrário. Não ando muito numa fase de sentir pena. Pois vejo uma minoria de casos em que podemos rotular o sujeito como vítima, e mesmo entre estes são menos ainda os que não se podem tornar senhores de si e viver com as asas da sua própria realidade.

Servidão estável

Pensando aqui com meus botões sobre essa nova onda de concurseiros...vá lá, nem tão nova assim...pelo menos desde que saí da universidade esse assunto é frequente nas rodinhas. Há pouco tempo me vi entrando de gaiato no navio. E afinal começo a entender por que estamos nele. Essa tal estabilidade seduz. Sobretudo em um país regido pelos interesses das elites, onde a palavra insegurança - em todos os seus possíveis sentidos - permeia das portas dos barracos da favela às mansões das chamadas famílias de classe média alta. Acabamos por sucumbir aos apelos do sistema. Se não pode vencê-los, junte-se a eles. Será?

No final do arco-íris, a Wolkenburg

Na pequena grande Cunha, ou Fuscunha para os mais íntimos, não só os artesãos de cerâmica conseguem destaque em meio à encantadora paisagem. Foi ali que fincou raízes o adorável casal formado por uma paulista-austríaca e um alemão já bem abrasileirado, que recebe em sua singela cervejaria turistas beberrões em busca de conhecer e degustar suas obras de arte engarrafadas. http://www.cervejariawb.com.br/

Nada de contar histórias

Que de hoje pra frente decidi que não. Tem a insegurança, a insatisfação, não é grande coisa mesmo. Esforço gratuito ou pior, infrutífero. Se é pra ser só seu, que se faça então como vier. Deixa rolar, diriam os modernos.

Do perigo de gastar nossos minutos com as coisas vazias

 "C'est le temps que tu as perdu pour ta rose, qui fait ta rose si importante."   Antoine de Saint-Exupéry

Aos sóbrios

Finalmente enxergava: não era o que havia planejado ser. Sua vida havia seguido outro caminho, ou talvez o caminho de outro. Não se sentia arrependido, nem pensava em desistir. Jogar tudo pro alto e escrever outra história não era sequer uma opção. Nunca fora mesmo chegado a obviedades. Eis que o vozeirão de Cássio o trouxe de volta, aquilo era “um absurdo, você não acha?”. Respondeu com o dar de ombros habitual, seguido de um sorrisinho simpático e um gole do café sonso de sempre. Nem sabia mesmo qual o assunto. Olhou o relógio – preto, discreto, combinava com o cinto e o sapato, colocou o dinheiro sobre a mesa e notou a taxa de serviço, adivinhando a causa da indignação do amigo. Nunca se importou em pagar os tais 10%, e na verdade não era do tipo que se importava com as coisas. E o resto das pessoas viciara-se em criar caso. A vida em sociedade sempre o fascinara. Ainda digerindo os pensamentos do almoço, sentou-se na cadeira ergonômica – cinza, combinava com a cortina – que Érica

Me aborrece

O chato que parece que não sabia que era chato ou sabia e gostava disso e se sentia importante por conseguir irritar as pessoas e dessa forma se tornar parte de suas vidas. O chato que se julgava no direito de julgar os outros como bons ou maus, certos ou errados, inteligentes ou estúpidos, sábios ou ignorantes, com base apenas na decisão de concordar ou não com ele. O chato que fez com que o restante da turma ficasse aliviado com o fim dos encontros, que ele entitulou como o fim de mais uma esperança. A esperança de finalmente ter encontrado súditos. Mal sabe ele que ninguém ali estava carente de um mestre. E que de mestre ele não tinha nada, porque mestres não são pretensiosos ou arrogantes. Que vá procurar outros chatos.