Pular para o conteúdo principal

Postagens

Mostrando postagens de março, 2014

Há um sentido

A vida é assim linda porque tem, sim, um sentido. Nina Simone e o cuidado que o meu namorado tem comigo são a prova disso. A barraca de peixe na feira e o pôr-do-Sol também. Blues, em geral. Piano (piano, ainda me aproximo de você). O Sol. Nascendo ou se pondo, escondido atrás das nuvens, aqui ou no Japão. A cor verde-esmeralda (que eu descobri que carrega saúde). Philippe Petit e suas travessias ensandecidas e absurdamente lúcidas e sublimes, desconcertantes.

Sobre hábitos e valores - ou a indissociação entre quem somos e quem queremos ser

Já há alguns anos decidi, bem decidido, que meu bem-estar e minha saúde assumiriam o posto de prioridade absoluta na balança da minha vida. Ações que venham contra essa decisão definem, indubitavelmente, a maioria das poucas coisas que me irritam. Venham de onde ou de quem vierem, inclusive de mim mesma. O problema é que bem-estar e saúde implicam, vez ou outra, em sentimentos ilógicos, até mesmo contraditórios, o que é perfeitamente compreensível e justificável se considerarmos a complexidade do ser humano, bicho de cabeça, corpo e alma, razão, ação e emoção, cheio de sutilezas, enfim. Explico: se sou intolerante à lactose, é natural que uma refeição saudável para mim deve ser livre de leite e derivados; se estou em um jantar com meus entes queridos e o menu inclui uma lasanha cheia de queijo, meu bem-estar pede uma certa flexibilidade digestiva pra contemplar a companhia e compartilhar a refeição sagrada. Ouvi dizer outro dia que ser feliz dá trabalho. De fato, dá um certo trabalh

A mim

Em lua de mel comigo mesma, saboreio minhas ousadias e preguiças, porque por um tempo acreditei que eu era igual a todas, egocêntrica e egoísta, daí quase anulei meu ego pra mostrar que era o contrário, mas a vida me mostrou o que realmente sou: incorrigivelmente feliz.

Checkpoint

Eu entendi. O tempo passou, a ferida se curou, a alma se aquietou. Vamos agora, eu e você, você, o mundo e eu, o mundo, eu, você, vamos todos e cada um seguir mais alegres, mais leves, mais humildes e mais sábios. Você e eu agora somos uma história. E as intempéries que surgiram no começo dessa história, que só tem começo, por fim, tiveram uma bela função, que foi nos fortalecer e trazer mais significado pra essa história, que fincou raízes sólidas e profundas, pra conseguir se eternizar nos veios do nosso solo, solo fértil e forte, de onde só pode brotar amor, porque é o que alimenta a alma de cada um de nós dois. Eu entendi e aceitei. Nada foi em vão, e nada poderia ter deixado de acontecer. Aceitei o passado e o presente, e cada um dos presentes, entre eles você, principalmente você, que eu aceitei desde o primeiro instante, e aceitei tudo que veio com você, do bacon ao videogame.    E, na magia das coisas do amor, entendi, aceitei e multipliquei meu amor próprio, porque

Sobre falar claramente

Uma das melhores conquistas que a liberdade traz é a de sentir-se livre para falar o que, quanto, como e quando preferir. Sem excessiva preocupação com o julgamento de quem ouve. Sem a preocupação se alguém ouve. Quando escrevo, é o ápice dessa liberdade. Escolhe-se ser leitor, é o poder do livre arbítrio. Portanto, àquele que lê garante-se o direito de interpretar o que o outro escreveu, mas jamais o de tomar tal interpretação como a verdade daquele que escreve. Falhas na comunicação Não que eu me sinta obrigada a esclarecer aqui qualquer coisa, mas decidi fazê-lo, apenas porque isso pode contribuir pra consolidar ainda mais a minha liberdade, além de, talvez, ajudar a libertar quem lê. Gosto, e muito, de tentar colocar poesia nas minhas palavras, por mais ambicioso que possa parecer, e ser, tal projeto. Por isso na maioria das vezes uso meias palavras, frases cortadas e estratégias afins, que podem dificultar um pouco a compreensão do que quero dizer, facilitando a livre inte