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Mostrando postagens de 2013

2013 na balança

No ano que passou: - enfrentei uma quase tempestade em alto mar, fiz trilha e nadei nas mais belas praias de uma das mais belas ilhas do meu país; - enfrentei meus medos ao entrar numa gruta linda e assustadora; - passei uma semana em férias numa casinha pé na areia em uma vila de pescadores, cozinhando e comendo peixe todos os dias; - pratiquei corrida com prazer e certa disciplina; - arrumei a casa da forma mais minimalista, quieta e aconchegante que pude; - comemorei meu aniversário entre pessoas queridas; - trabalhei intensamente e com muita motivação; - fiz um curso de gastronomia; - planejei as férias dos meus sonhos! Até que... ...uma bomba explodiu debaixo dos meus pés: - sofri uma enorme desilusão; - descobri-me frágil, insegura e depressiva; - perdi minha auto-estima; - tentei em vão recuperar o viço e a confiança do amor ferido; - busquei e reencontrei meu amor próprio; - concretizei uma paixão platônica; - cancelei as tão sonhadas e planejadas férias; - perdi muito dinheiro

Flores do meu ego

Alguém que, por estar ferido, feriu meu ego, e assim quase perdi o prazer de ser eu. Não vou repelir o que me é caro; não vou esquecer o muito que aprendi; não vou negar minhas pequenas qualidades; não vou me afastar de mim. Goste ou não, essa sou eu. Eu gosto. A melhor parte da queda é quando nos levantamos. Quando nos reencontramos com nossa verdade. Sinto-a escalar ansiosamente cada célula, voltando mais forte e lúcida ao ventre meu. A vida, que parece agora ainda mais efêmera e volátil, é quem me convida a viver. Um dia de cada vez, sim. Não me censure. Já enchi meu cesto de flores, e elas são a única arma que carrego. Nada vai me afastar de mim.

Pra acalmar a alma

Às vezes o afastamento é a única saída. Afastar-se do que aflige, do que inquieta, do que machuca. Somos apenas pequenos pontos no espaço. Pequenos, ignorantes de nossa própria origem e nosso próprio destino, sem controle algum sobre nossos pares. Nada nos resta senão aquietar a alma - ou o que temos por alma - e sorrir. O sorriso e a felicidade despretensiosa pacificam e emanam a energia positiva de que as almas inquietas carecem. Energia que flui pelo espaço, e não conhece distância nem quaisquer obstáculos. Afastar-se para deixar a energia fluir. Afastar-se em respeito aos sentimentos de cada um. Afastar-se para curar as almas.

Variações do mesmo dilema

Te beijo a nuca sempre que te vejo E nunca sei se paro ali ou começo de novo Do começo que foi seu queixo Mas aí sua boca me chama  E eu lembro o quanto me faz feliz  Quando ela fala Porque ela fala todas as palavras Que eu sempre quis ouvir E se abre num sorriso Que chama a minha nuca pra dentro dos seus lábios E é então que recomeçamos Pra dar à paixão Uns goles de amor Que às vezes de tanto  Transborda pelo copo e confere ao corpo A impressão de ser alma E de ser uma só Porque é a minha que não quer mais Viver sem a sua.

Em tua companhia

Todo mundo no fundo só busca um colo, E nessa busca se rebusca pra parecer mais ou menos durão. É que tudo no mundo é meio feio pra encarar sem medo, E tudo no mundo é bonito demais pra se ver só.

Foco

Quando digo que não guardo mágoa nem rancor, digo-o com a mais viva sinceridade. Isso traz uma serenidade que tranquiliza, mas ao mesmo tempo assusta, provoca, porque me levaria a esquecer tudo o que não me fez bem, e correr o risco de voltar à zona de (des)conforto. Não que não tenha sido feliz, incontestavelmente feliz. Mas um tanto conformada e outro tanto submissa, o que não me vinha fazendo bem. A alegria de viver me era - é - intrínseca, por isso eu sei que seria feliz se voltasse também. A felicidade é um estado de espírito, que depende muito mais do interior do que do exterior, por mais clichê que isso pareça. E quando acredito que minha felicidade independa de outrem, até certo ponto, a companhia se torna segundo plano. Mas segundo plano não é nada que tenha menor importância. É, pelo contrário, o suporte, o amparo, o fio condutor do nosso primeiro plano. E é por isso que eu não me arrependo. E é por isso que eu sou mais feliz (ainda) agora. E é por isso que vou continuar s

Reflexão sobre a beleza de um ano atrás

Que a beleza é fundamental, já o sei. Mas se a beleza é uma coisa pra cada um, E se eu vejo beleza em tudo que é de verdade, O belo aparece onde nem sempre transparece. http://miriadna.com/preview/broken-old-house

À calmaria

Quem resiste à tempestade recebe, como prêmio ou recompensa, a merecida calmaria. Voltam os olhos a ver o belo do azul do céu na janela, a magia do arco-íris no retrovisor, a alegria das crianças na calçada, as cores e os sabores do cotidiano, enfim. É o eterno mostrando sua graça, seu valor e sua enorme importância. É o amor mostrando que, afinal, só com ele tudo vale a pena. 

Ode ao passado

Objeto do meu amor atemporal, ele não entende - que pena - minha forma de amar. Compreendo sua angústia, sua tristeza, sua revolta, e até seus surtos que tanto nos ferem. Acontece que a perda não vem suavemente, ela assola a alma quando nos damos conta do que perdemos, e nos leva aos extremos.

Not ready yet

O tal mimimi sempre me irritou. E agora me irrita ainda mais quando o reconheço em mim mesma. É patético choramingar quando se tem uma vida cheia de possibilidades nas mãos e um ou dois motivos de lamento. É tudo medo. Medo do arrependimento, medo do fracasso, medo do julgamento, medo dos dedos apontando na sua direção. Não deixa de ser, em todos os casos, medo de viver, o que é inaceitável. Não estou pronta ainda, é óbvio. Que venham as consequências.

Ditadura do perdão

Que se doam as alcoviteiras! Da minha dor cuido eu, E o perdão que era nobre Já virou obrigação. Sou eu que te perdoei e te deixo, Sou eu que te amei e te esqueço, Sou eu. Comigo nada carrego senão a beleza das flores que se foram com seu perfume. De mim nada terá senão a memória das mãos que se foram com seu carinho. Ao vento deixo a doce função de espalhar o que se fez de bom, E limpar a sujeira de cada coração. Na minha encruzilhada fechei os olhos E lhe dei as mãos. Abri meu melhor sorriso E fui, em redenção.

As suas analogias

Ele me olha e vê uma música E cria uma imagem em seus ouvidos Que ele recita nos meus ouvidos Sussurrando com o olhar perdido Enquanto me seduz sem perceber. Ele me abraça com o olhar E me envolve com seu calor Que conduz minhas mãos Em uma dança entorpecida Enquanto nos tornamos um.

Os fracassos da vida

Fracassei. Na última postagem, eu falava da venda do carro e do mergulho na bicicleta. Não consegui vender o carro, não tive coragem de encarar o trânsito de bicicleta. Fracassei, como em outras coisas na vida. O carro continua lá, contra a minha vontade, e também não tive força de vontade pra insistir, procurar uma revendedora, colar um "vende-se" no vidro traseiro.  Acabei usando umas vezes mais, por conveniência, ou simplesmente pra justificar o fato de mantê-lo na garagem, ou pra não deixá-lo morrer de vez. E o resto fiz a pé, de ônibus ou de carona. Resumindo: o discurso não deu na prática. O grande problema não é o fracasso em si, mas como a gente lida com ele. Lá no fundo, fico muito incomodada em manter o carro na garagem. Tomar uma decisão e não conseguir cumpri-la gera um sentimento de frustração constante, que lateja. Vale pra tudo. E nos últimos meses, tudo tem sido bastante coisa. Tempos de crises. No plural mesmo. Crises globais - a econômica, a polític