Pular para o conteúdo principal

Checkpoint

Eu entendi. O tempo passou, a ferida se curou, a alma se aquietou. Vamos agora, eu e você, você, o mundo e eu, o mundo, eu, você, vamos todos e cada um seguir mais alegres, mais leves, mais humildes e mais sábios. Você e eu agora somos uma história. E as intempéries que surgiram no começo dessa história, que só tem começo, por fim, tiveram uma bela função, que foi nos fortalecer e trazer mais significado pra essa história, que fincou raízes sólidas e profundas, pra conseguir se eternizar nos veios do nosso solo, solo fértil e forte, de onde só pode brotar amor, porque é o que alimenta a alma de cada um de nós dois.



Eu entendi e aceitei. Nada foi em vão, e nada poderia ter deixado de acontecer. Aceitei o passado e o presente, e cada um dos presentes, entre eles você, principalmente você, que eu aceitei desde o primeiro instante, e aceitei tudo que veio com você, do bacon ao videogame.  

E, na magia das coisas do amor, entendi, aceitei e multipliquei meu amor próprio, porque aprendi a amar, e aprendi que já sabia amar. E aqui multiplico toda a graça e toda a festa que foi feita na minha vida: é quando se aprende a amar que se deseja cada vez mais amar e ser feliz, e ver feliz cada célula de si e do todo, aconchegando no meu colo a paz que jamais se deve perder nem temer.

Postagens mais visitadas deste blog

Os fracassos da vida

Fracassei. Na última postagem, eu falava da venda do carro e do mergulho na bicicleta. Não consegui vender o carro, não tive coragem de encarar o trânsito de bicicleta. Fracassei, como em outras coisas na vida. O carro continua lá, contra a minha vontade, e também não tive força de vontade pra insistir, procurar uma revendedora, colar um "vende-se" no vidro traseiro.  Acabei usando umas vezes mais, por conveniência, ou simplesmente pra justificar o fato de mantê-lo na garagem, ou pra não deixá-lo morrer de vez. E o resto fiz a pé, de ônibus ou de carona. Resumindo: o discurso não deu na prática. O grande problema não é o fracasso em si, mas como a gente lida com ele. Lá no fundo, fico muito incomodada em manter o carro na garagem. Tomar uma decisão e não conseguir cumpri-la gera um sentimento de frustração constante, que lateja. Vale pra tudo. E nos últimos meses, tudo tem sido bastante coisa. Tempos de crises. No plural mesmo. Crises globais - a econômica, a polític...

Variações do mesmo dilema

Te beijo a nuca sempre que te vejo E nunca sei se paro ali ou começo de novo Do começo que foi seu queixo Mas aí sua boca me chama  E eu lembro o quanto me faz feliz  Quando ela fala Porque ela fala todas as palavras Que eu sempre quis ouvir E se abre num sorriso Que chama a minha nuca pra dentro dos seus lábios E é então que recomeçamos Pra dar à paixão Uns goles de amor Que às vezes de tanto  Transborda pelo copo e confere ao corpo A impressão de ser alma E de ser uma só Porque é a minha que não quer mais Viver sem a sua.

Sobre duas rodas (ou nenhuma)

Prestes a me livrar do meu carro, comprado em infinitas prestações de um valor que eu não podia pagar, porque julguei necessário em um determinado momento da minha vida pra atender às pressões do mundo que anda a 100 km/h. Por quatro anos usufruí do (suposto) direito de ir e vir que o carro proporciona. 50 mil quilômetros rodados. Feliz da vida, vendo o pretinho básico, como costumava chamá-lo, por cerca de 40% do valor que paguei. Números que não significam mais nada pra mim. Há dois anos comprei uma bicicleta e venho experimentando em doses homeopáticas o aparente desafio de viver sem ter um carro na garagem à disposição 24 horas por dia. Você perde algumas coisas: não dá pra ir ao supermercado preferido sempre, não dá pra viajar pra qualquer lugar a qualquer hora. Você ganha muitas coisas: o prazer de voar, nem que seja só aos domingos, sobre as duas rodas da magrela; as horas de leitura e descanso entre uma cidade e outra sem precisar dirigir; uma dose extra de saúde, bom humor ...