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Infinitos

Buscar o infinito,
olhando pra trás...
Quem ousaria?
Contrariando,
é lá que ele está.
(onde mais seria?)

Desafiando nossa lógica
(limitada)
compreensão,
a ideia do infinito
é a apoteose
da abstração:
sem vez no agora,
quando tudo só é
se concreto for.

Em tempo de amores
líquidos,
tudo se finda.
(menos meu amor por você)
Tudo é matéria,
e tem que acabar
logo.
Substituir,
e logo acabar,
de novo.

Contemplar o infinito
cura almas
e córneas.
Mas quem seduz
é a tela.
Porque faz invisível
o vazio de dentro,
e sufoca o espaço
dos olhares profundos.

A matemática diz:
entre arte e ciência
cabem
infinitas nuances.
Não, não diz.
Deveria, porém.

A solução mora
(justamente)
no oceano de pontinhos
(inclassificáveis)
que transitam
(livremente)
entre a poesia e o método,
entre as pontas do clichê
em que duelam
emoção e razão,
mal e bem.

(Se eu conseguir)
unir as pontas...
(Se eu conseguir)
me achar nas pontas...

Infinito é o caos
que me contém.

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