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Variações do mesmo dilema

Te beijo a nuca sempre que te vejo
E nunca sei se paro ali ou começo de novo
Do começo que foi seu queixo
Mas aí sua boca me chama 
E eu lembro o quanto me faz feliz 
Quando ela fala
Porque ela fala todas as palavras
Que eu sempre quis ouvir
E se abre num sorriso
Que chama a minha nuca pra dentro dos seus lábios
E é então que recomeçamos
Pra dar à paixão
Uns goles de amor
Que às vezes de tanto 
Transborda pelo copo e confere ao corpo
A impressão de ser alma
E de ser uma só
Porque é a minha que não quer mais
Viver sem a sua.




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