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Mas eu me esbaldo...

E como quem eu amo faz falta!
Faz falta como aquela gota última que bastaria pra matar a sede,
Como o travesseiro que falta ao sono completo,
Como o beijo querido não recebido, talvez não merecido.

Quem eu amo me tira a fome, e me traz o medo, o medo de não tê-lo.
Eu amo e quero, e quero agora.
Que pena as estradas existirem, que pena a ciência tão insuficiente...
Traz-me, pois, sua voz, não preciso de mais.

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