Tem sido tedioso escutar as lamúrias de alguns insatisfeitos. Queria - e muito - vê-los todos felizes, ou ao menos capazes de rir da própria desgraça, o que tem sido apontado como antídoto pra muita ameaça de depressão. Não se trata de puro altruísmo, talvez até o contrário. Não ando muito numa fase de sentir pena. Pois vejo uma minoria de casos em que podemos rotular o sujeito como vítima, e mesmo entre estes são menos ainda os que não se podem tornar senhores de si e viver com as asas da sua própria realidade.
Fracassei. Na última postagem, eu falava da venda do carro e do mergulho na bicicleta. Não consegui vender o carro, não tive coragem de encarar o trânsito de bicicleta. Fracassei, como em outras coisas na vida. O carro continua lá, contra a minha vontade, e também não tive força de vontade pra insistir, procurar uma revendedora, colar um "vende-se" no vidro traseiro. Acabei usando umas vezes mais, por conveniência, ou simplesmente pra justificar o fato de mantê-lo na garagem, ou pra não deixá-lo morrer de vez. E o resto fiz a pé, de ônibus ou de carona. Resumindo: o discurso não deu na prática. O grande problema não é o fracasso em si, mas como a gente lida com ele. Lá no fundo, fico muito incomodada em manter o carro na garagem. Tomar uma decisão e não conseguir cumpri-la gera um sentimento de frustração constante, que lateja. Vale pra tudo. E nos últimos meses, tudo tem sido bastante coisa. Tempos de crises. No plural mesmo. Crises globais - a econômica, a polític...
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