Tem sido tedioso escutar as lamúrias de alguns insatisfeitos. Queria - e muito - vê-los todos felizes, ou ao menos capazes de rir da própria desgraça, o que tem sido apontado como antídoto pra muita ameaça de depressão. Não se trata de puro altruísmo, talvez até o contrário. Não ando muito numa fase de sentir pena. Pois vejo uma minoria de casos em que podemos rotular o sujeito como vítima, e mesmo entre estes são menos ainda os que não se podem tornar senhores de si e viver com as asas da sua própria realidade.
Muito se fala atualmente sobre um movimento minimalista, não no contexto artístico e literário, mas como uma espécie de sociedade alternativa que vem se desenhando em fuga aos apelos consumistas e narcisistas do zeitgeist . Em minhas tentativas de adesão ao minimalismo, fica evidente a dificuldade de inserção na sociedade consumista padrão quando se deseja afastar-se do supérfluo e do culto ao exagero. Perguntarão quem sou eu pra fazer tão atrevida análise, mas suponho que a história ajude um pouco a entender tal dificuldade. Em diferentes épocas e por não tão diferentes razões, as nações viveram tempos de escassez. Quando a crise passou, todos buscaram - e buscam - a abundância. Crise ainda há, certamente, mas mesmo - e principalmente - aqueles que a enfrentam acatam e pregam o "quanto mais, melhor". Experimente oferecer um jantar e minimizar o cardápio: ao invés de comida à vontade, uma porção por convidado. Experimente ter apenas duas camisas e revezá-la...
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