Daquela que fui na infância
que em algum ponto obscuro
escorregou ou tropeçou,
descobrindo, ao se levantar,
uma certa inadequação,
uma certa vergonha do mundo,
um certo medo da reprovação,
Que se converteu depois
em uma certa resignação,
e - por que não?
num ressentimento constante e fraco,
um grão de areia no sapato.
A desconstrução dessa de agora,
que é forte o bastante pra se entregar,
faz parecerem imaturas as emoções
que de fato o são:
de uma imaturidade bem-vinda,
convertendo-se, aos poucos,
em lucidez e aceitação.
Dessa que sou agora,
da que tenho sido,
e da que serei.
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