Vejo uma família que foi feliz. Ali no pasto os filhos andam a cavalo. Aqui no quintal os dois pais, as três mães, o tio, a tia e a avó - a matriarca - bebericam, suas almas limpas e em bonita harmonia. Alguns convidados - primos mais distantes - ajudam a enriquecer o quadro. No futuro, nada mais disso. Os filhos cresceram. Tem duas novas crianças: uma é o filho de uma daquelas filhas; a outra é o filho da tia que também se tornou mãe, e que ele perdeu quando ainda estava começando a crescer. Cenas tristes, mágoas, ressentimentos. Na prática, perdeu-se o rumo. A moldura não mudou muito. Mas a família já não é mais a mesma. As cores desbotaram, pequenas manchas que poderiam ter sido evitadas surgiram sobre as belas almas de outrora. Ninguém soube protegê-las, todos fingem não as notar. Pobre maculada harmonia. Restaurá-la, restaurá-la, por favor! Mas como? Ainda há tempo? Perguntas...ecos de uma ruína anunciada...
Te beijo a nuca sempre que te vejo E nunca sei se paro ali ou começo de novo Do começo que foi seu queixo Mas aí sua boca me chama E eu lembro o quanto me faz feliz Quando ela fala Porque ela fala todas as palavras Que eu sempre quis ouvir E se abre num sorriso Que chama a minha nuca pra dentro dos seus lábios E é então que recomeçamos Pra dar à paixão Uns goles de amor Que às vezes de tanto Transborda pelo copo e confere ao corpo A impressão de ser alma E de ser uma só Porque é a minha que não quer mais Viver sem a sua.
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